Extras

A cronologia dos acontecimentos foi o seguinte: 

1992

  • 3 de março — Bósnios declaram a soberania da República da Bósnia e Herzegovina.
  •  2 de maio — Os sérvios e o governo instalado em Sarajevo se enfrentam por 12 horas, na maior batalha da cidade.
  •  6 de maio — Acordo de Graz 30 de maio — ONU decreta embargo econômico à Iugoslávia. 

1993

  •  31 de março — O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprova o uso da força para garantir o cumprimento da zona de exclusão sobre a Bósnia. 
  • 27 de julho — Croatas e bósnios-sérvios concordam em fazer da Bósnia uma união de três etnias, mas no dia 29 de setembro, os bósnios discordam. 

1994

  • 4 de fevereiro — Sérvios atacam Sarajevo, matando 45 e ferindo centenas de pessoas. 
  • 28 de fevereiro — OTAN entra em combate pela primeira vez na história, ao derrubar quatro aviões bósnios. 
  • 17 de abril — Sérvios entram na cidade muçulmana de Gorazde, declarada área de segurança. 
  • 14 de setembro — Croatas e muçulmanos fazem uma confederação. 


1995


  • 1º de janeiro — Definida uma trégua de quatro meses, interrompida por violações de ambos os lados.
  •  6 de julho — Início do Massacre de Srebrenica. 
  • 25 de julho — Fim do Massacre de Srebrenica.
  •  28 de agosto — Bombardeio sérvio mata 43 pessoas numa rua em Sarajevo. 
  • 4 de outubro — Otan ataca os sérvios pela segunda vez. 
  • 11 de outubro — Entra em vigor uma trégua de 60 dias.
  •  1 de novembro — Começam as negociações em Dayton (EUA).
  •  21 de novembro — Acordo de paz (Acordo de Dayton) concluido. 
  • 14 de dezembro — Acordo de Dayton é formalmente assinado em Paris.



Acordo de Dayton

O mais longo conflito armado na Europa, desde a Segunda Guerra Mundial, teve seu fim acertado em 21 de novembro de 1995, após três semanas de duras negociações em Dayton, nos Estados Unidos. O acordo, porém, foi assinado em Paris. "O povo da Bósnia tem a chance de agora deixar o horror da guerra para trás e alimentar esperança de paz." Assim avaliou o então presidente norte-americano, Bill Clinton, o resultado da conferência de paz na base aérea de Dayton, no Estado de Ohio (EUA). Nela, os presidentes da Sérvia, Bósnia e Croácia acertaram a continuidade da existência da Bósnia, com uma parte croata-muçulmana e outra sérvia. A capital Sarajevo permaneceu uma só e sob controle bósnio. Por sua vez, os sérvios mantiveram seu reduto Pale, assim como Srebrenica e Zepa, ex-zonas sob proteção da ONU. Uma tropa internacional de paz, comandada pelos Estados Unidos e sob responsabilidade da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), foi estacionada na Bósnia e na Croácia para fiscalizar o cumprimento do acordo. O papel dominante coube aos Estados Unidos. Foi mérito dos americanos o fato de o presidente bósnio, Alia Izetbegovic, o sérvio, Slobodan Milosevic, e o croata, Franjo Tudjman, se sentarem à mesa para pôr fim à guerra de três anos na Bósnia-Herzegóvina. Na fase preparatória para o encontro em Dayton, dois acordos importantes já haviam sido firmados. Em 10 de novembro de 1995, a República Bósnia-Herzegóvina e a Federação Bósnio-Croata acertaram a instituição da Federação Bósnia-Herzegóvina e a definição de um governo de transição para a cidade de Mostar. Dois dias depois, em 12 de novembro, sérvios-bósnios e croatas firmaram um acordo-base sobre a Eslovênia Oriental, Baranja e Sírmio Ocidental, o que era pré-requisito para o tratado de paz de Dayton. Três semanas após o êxito das negociações na base aérea norte-americana, o Acordo de Dayton foi assinado oficialmente em Paris. Dez chefes de Estado e de governo compareceram à cerimônia no Palácio Champs Elysées, além de representantes de cerca de 50 países e organizações que participaram do processo de paz. Em seu discurso de abertura, o presidente francês, Jacques Chirac, lembrou as vítimas da guerra: "A esperança – que surge agora para todos os povos da ex-Iugoslávia – não nos deixa esquecer os 200 mil mortos da guerra. O conflito sangrento tem de ser deixado para trás, mas certamente deixará feridas no coração da Europa. O restabelecimento duradouro da paz será sobretudo tarefa dos países da região. Agora, todos os responsáveis devem partir para o capítulo da reconciliação. E, neste ponto, o exemplo de Adenauer e de Gaulle podem ser um grande modelo." A única dor de cotovelo do anfitrião francês foi de que o Acordo de Paz da Bósnia não entrou para a história como Tratado do Champs Elysées, como Chirac gostaria, mas continuou sendo chamado de Acordo de Dayton, em referência ao local, no centro-oeste americano, onde os termos da paz foram negociados numa batalha de nervos, durante três semanas.